Professores de Maracanaú, organizados e liderados pelo Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema), paralisaram suas atividades nesta quarta-feira, 08 de agosto, em protesto ao descumprimento da Lei nº 2.730, recentemente sancionada pelo prefeito Firmo Camurça. O texto dá aplicabilidade ao PCCR e fecha a pauta financeira da campanha salarial 2018 assegurando a reposição salarial de 2,32%, o pagamento das progressões, além do retroativo referente aos meses de março, abril e maio, que deveria ser pago, de forma integral, no mês de agosto.
A categoria reuniu-se em frente à Secretaria de Gestão, Orçamento e Finanças para o Dia do Alerta, que foi criado para enviar o recado ao prefeito, de que em não havendo solução para o parcelamento indevido do retroativo, a categoria pode deflagrar greve novamente. A paralisação prenuncia o Dia do Basta, que acontecerá em Fortaleza nesta sexta-feira, 10/08. O movimento, que é liderado pela a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, convoca a classe trabalhadora para dizer basta ao desemprego, a reforma trabalhista, a agenda de privatizações e ao aumento dos combustíveis, dentre outros pontos de pauta.
A categoria segue indignada com a forma como vem sendo tratada, há anos, pelo prefeito de Maracanaú. E é com esse sentimento de “basta de retirada de direitos que assola a classe trabalhadora”, que os professores pressionam o prefeito por uma folha suplementar para o pagamento do retroativo, conforme lei sancionada no dia 06 de junho de 2018.
Numa tentativa de negociação, membros da Diretoria do Suprema e alguns professores formaram uma comissão, que se reuniu com a Secretária de Recursos Humanos e Patrimoniais, Rita Helena Fonseca Bessa, além do Diretor Administrativo, André Martins e Otávio Pacheco, Diretor de RH. Após ouvir as queixas e indignação da categoria, a Secretária colocou-se à disposição para ajudar na negociação. “Podemos interceder numa mediação com o secretário de Finanças para tentar resolver esse problema do acordo”, assegurou a gestora. O Secretário de Finanças não estava em seu Gabinete no momento da reunião.
Um prefeito sem palavra
Não é a primeira vez que acordos com a categoria do Magistério são descumpridos pelo gestor do Executivo. Tal comportamento é um dos principais motivos pela exoneração voluntária de vários servidores da Educação em Maracanaú. “Nós estamos cansados de trabalhar aqui e não ser reconhecido. Ainda não tivemos o prazer de sentir o que esse PCCR representa na nossa carreira, por isso também vários colegas estão deixando de trabalhar aqui”, desabafa a professora Ana Carolina.
Já o professor Pedro Hermano se diz indignado, mas conclama aos colegas que não se deixem abater pelo período de crise e fascismo que se apoderou do país, o que se reflete diretamente em cada município que são governados pela direita. “O prefeito precisa respeitar a nossa categoria. Sua postura não condiz com a de um governante comprometido com o funcionalismo público, sobretudo com a Educação do município. Temos o dever de cobrar pelos nossos direitos, para que não sejamos engolidos por esse sistema vil que só nos aprisiona”, destaca o professor Pedro Hermano.
Pressão e luta da categoria são a solução
Os professores estão numa situação bastante complicada, porque fizeram planos contando com o valor do reajuste que estão esperando desde março, porque até a data-base, que é janeiro, o prefeito negligencia. Por outro lado, é preciso estar mais aguerrido porque há outro ponto, e de suma importância, incluído na lei sancionada. O pagamento de 60% das progressões de 151 professores, protocoladas e congeladas desde 2015, devem ser pagas no mês de setembro de 2018.
O Suprema aponta que a única solução para o problema é a pressão da categoria. “Prefeito e Secretário de Finanças serão oficiados para apresentarem esclarecimentos reais, pois essa história de greve dos caminhoneiros não colou. Nem adianta falar também em baixa arrecadação, porque todos os dias abre novo empreendimento aqui. Queremos saber o que está acontecendo, porque a desobediência à lei, cabe Justiça. Exigimos ser respeitados!”, dispara Joana Ferreira, presidenta do Suprema.
A vice-presidenta, Janaina Santana, também reforça a ideia de pressão e pede unidade. “O sindicato somos todos nós. Precisamos de unidade, devemos andar de mãos dadas nestes momentos difíceis, que para nós têm sido constantes. O sindicato é a cabeça, mas a categoria é o corpo, e sem um o outro não existe”, finaliza a sindicalista.
Precatório do Fundef
A presidenta Joana Ferreira e o advogado Dmitri Montenegro irão a Recife, nesta quinta-feira, 09 de agosto, para audiência com o Desembargador Federal Leonardo Coutinho, com o intuito de pressionar o cumprimento da Decisão acerca do Precatório, que foi devolvido, indevidamente, pela Caixa Econômica Federal à União.