Em audiência pública realizada na manhã de hoje (26 de julho), na Câmara de Vereadores, foi discutido como anda a saúde mental da classe trabalhadora em Educação de Maracanaú. A audiência foi uma propositura do vereador Ivonaldo Lima, fruto de uma construção coletiva provocada pelo Suprema. Compuseram a mesa de debate, a presidenta do Suprema, Nivia Marques; a secretária de combate ao racismo da Confetam, Vilani Oliveira; a secretária de meio ambiente da Fetamce, Carla Bessa; o assessor em saúde mental do Suprema, o psicólogo Renê Dinelli do Lugar do Sentir, o presidente da junta médica do IPM, dr. César Augustulo Costa de Oliveira, a representante da SME Rosângela, a coordenadora administrativa do CAPS infantil, Ana Karine, a representante da Secretaria Especial da Mulher e dos Direitos Humanos, Cesariny Campos, além de representantes da categoria, membros da comunidade e vereadores.
Abrindo a audiência, o vereador Ivonaldo enfatizou a importância da escuta da categoria para um assunto tão delicado e urgente. Gestores destacaram a necessidade de ouvir outras escolas, considerando que as diferentes realidades de cada instituição, cada ambiente possui suas particularidades.
Em sua fala, Nivia destacou a importância de abordar os casos de saúde mental entre os profissionais da educação, enfatizando o impacto da pandemia, que levou à perda de muitos colegas, parentes e amigos. Ela mencionou a necessidade de um atendimento específico de prevenção, sugerindo a criação de um IPM Saúde para atender a demanda da categoria.
“Temos que sair daqui com o compromisso de criar um grupo de trabalho para debater e cuidar da saúde mental da classe trabalhadora”, afirmou Nivia. Ela ressaltou a urgência em pensar em medidas reparadoras pós-pandemia, observando que muitos profissionais ainda sofrem pela falta de apoio psicológico durante aquele período crítico. “Os profissionais estão esgotados emocionalmente, sofrendo com o burnout”, completou.
Representando a FETAMCE, Carla Bessa abordou a precarização dos contratos dos terceirizados e a realidade dos concursados e readaptados durante a pandemia. “Aquele cenário assustador nos pegou de surpresa e sem preparo para nos dedicarmos às novas tecnologias, necessárias para que as aulas chegassem até os alunos”, disse ela, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da educação, o que se refletiu agora em adoecimento da mente.
Ao final da audiência, ficou clara a necessidade de um compromisso coletivo para enfrentar os desafios de saúde mental dos educadores de Maracanaú. A criação de um grupo de trabalho foi apontada como um passo essencial para iniciar esse processo de cuidado e apoio à categoria, visando a recuperação e o bem-estar dos profissionais que desempenham um papel fundamental na formação das futuras gerações.