21 dias de muita luta e resistência na greve da Educação de Maracanaú

A manhã desta segunda-feira, 23 de outubro, começou agitada em Maracanaú. Em greve há 21 dias pela implantação do Plano de Cargos Carreiras e Remuneração do Magistério, os professores municipais tentaram entrar na Secretaria de Educação, mas os portões estavam trancados com cadeados. A desculpa era de que hoje não haveria atendimento ao público. Alguns professores conseguiram furar o cerco e lá dentro da Secretaria protestaram. Também tentaram falar com o Secretário de Educação Marcelo Farias, mas ele não se encontrava no prédio.

A guarda municipal foi acionada, e na chegada foi rechaçada pela categoria do magistério por um histórico de violência contra os professores em ocupações anteriores.

“Nós fomos agredidas por guardas municipais que são contratados para proteger o patrimônio público, mas naquela ocupação em 2009, agiam como capangas com a gente. Eu fui cercada por eles, fui ameaçada com cassetetes. O professor Luciano teve a cabeça aberta, outra professora foi espancada”, lembra Vilani Oliveira, diretora do Suprema

Os professores manifestaram em frente a Secretaria durante toda a manhã, mas ninguém apareceu para conversar com a categoria. Uma funcionária da Secretária foi identificada filmando o movimento, mas isso não intimida os professores que continuam esperançosos e firmes.

A força, segundo a professora Marília Muniz, vem do apoio dos companheiros que continuam resistentes nesta batalha. “Com essa greve nós aprendemos um verbo novo, o esperançar. E a força que nos move vem dos companheiros que chegam todos os dias na greve. E para os que não vem por medo ou coisa parecida, nós continuamos firmes porque o mundo é dos fortes. Nós somos a esperanças dos que não tem coragem de lutar”, afirma a professora.

Na última sexta-feira (20), após rechaço em frente ao condomínio em que o prefeito mora, ele ligou para a direção do Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema) não para tentar negociar, mas para debochar mais uma vez da greve da categoria, como explica Vilani Oliveira, dirigente do Suprema.

“Eu nunca imaginei que o prefeito tivesse a coragem de um ato desses, ligar para a presidenta do sindicato e fazer deboche, fazer gozação do nosso ato. E igualmente segue a mesma trilha o seu assessor sindical, atacando professores nas redes sociais. Posturas lamentáveis dos dois”.

Professores de Maracanaú liderados pelo Suprema seguem firmes no movimento grevista iniciado no dia 3 de outubro com o objetivo de pressionar o prefeito Firmo Camurça a colocar em prática o PCCR do Magistério, mesmo que de forma gradativa.

A agenda da greve de amanhã (24) é na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Av. Desembargador Moreira, 2807, Dionísio Torres), às 09h. O Suprema disponibilizará um ônibus para transportar os professores que estiverem em Maracanaú. A saída é da praça da Estação para Fortaleza, às 08 horas.

Fotos: Marcos Adegas