A greve dos professores de Maracanaú chega a um estado crítico de censura. Ontem os professores municipais foram impedidos de entrar na Secretaria de Educação de Maracanaú e hoje, 24 de outubro, impedidos de entrar na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, ou seja, o slogan de casa do povo não serve para bem para os professores de Maracanaú.
“Nós fomos humilhados. Nós não somos bandidos. A ordem era: se for professor de Maracanaú não entra na Assembleia. O que é isso? Que tempos são esses que vivemos? Não podemos nem mais reclamar quando não estamos insatisfeitos!”, denuncia a professa Rosário Felix.
Em um verdadeiro ato de repressão, os professores e membros da diretoria do Sindicato Unificado do Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema) também foram impedidos de entrar no Plenário. Com a intervenção do deputado estadual Tin Gomes, alguns professores tiveram acesso liberado. A categoria buscava apenas visibilidade para a greve da Educação de Maracanaú, que já dura 22 dias.
Uma grande parte de professores que não conseguiram entrar no Plenário, ocuparam as galerias e acompanharam a sessão solene em homenagem ao outubro rosa, proposta por um conjunto de deputadas federais. Na ocasião, denunciaram a intransigência do prefeito Firmo Camurça em não atender a pauta dos professores. Os profissionais traziam faixas nas mãos e na cabeça com os dizeres PCCR já. O ato de hoje também buscava apoio dos deputados.
A Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce) foi uma das instituições homenageadas do evento. A presidenta da Fetamce Enedina Soares acompanhou toda a repressão aos professores e faz duras críticas ao comportamento da casa quando se refere ao povo.
“Ser professor e adentrar na Assembleia Legislativa está cada vez mais difícil. Só este mês já é a segunda vez que passamos por isso. A Assembleia está entrando numa situação que tem medo de gente. E o trato com as pessoas é cada dia pior. Hoje nós fomos barrados em todas as portarias, num espaço que deve ter os portões abertos para nós, o povo”, destaca Enedina Soares, presidenta da Fetamce.
No final do dia de hoje, o Suprema foi notificado de que a audiência de conciliação, marcada para o dia 31 de outubro, foi antecipada para amanhã (25), às 14h, no Fórum de Maracanaú. O Sindicato convida toda a categoria para acompanhar a audiência, mas que cheguem às 13h.