Manchete do Jornal Diária do Nordeste on line desta sexta-feira (10 de julho) diz: “Taxa de mortalidade por covid-19 cresce 14,8% em 7 dias no Ceará” e mesmo assim, o prefeito de Maracanaú, Firmo Camurça, junto da Secretaria da Educação, estudam maneiras de retomar as aulas presenciais no município ainda em 2020, onde a maioria das escolas não tem sequer água encanada.
Segue o texto dizendo que o índice passou de 62,60 para 71,90 por 100 mil habitantes, de acordo com o novo boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), da mesma data da matéria.
Apesar de Maracanaú ser citado na matéria como um dos municípios em que o índice teve crescimento baixo, não deixou de crescer. E para explicar o aumento dos infectados, quando questionada em redes sociais, a prefeitura sempre usa a mesma resposta: o aumento do número de casos se dá porque estão sendo aplicados testes rápidos.
A quem a prefeitura quer enganar?
Este sindicato diz que o aumento é devido ao alto índice de contágio deste vírus e porque as pessoas continuam sendo contaminadas no município. Vale salientar que o isolamento social ou lockdown decretados pelo Governo do Estado do Ceará nunca funcionou por aqui. Ao contrário do que as autoridades políticas dizem, a pandemia está longe de ser contida no Brasil, e por este motivo é desumano pensar em retomada de aulas, sobretudo da educação infantil.
Desde terça-feira (07 de julho) que a prefeitura não informava o número de casos de convid-19 no município, que parou em 4.121. A informação deste sábado dá conta de 4.399 casos confirmados, com 217 óbitos, ou seja, 278 casos a mais em apenas 4 dias. Em junho eram 2.223 casos e 154 mortes, na mesma data. O que significa dizer que temos uma média de 2,1 mortes por dia.
Portanto, não é hora de pensar em retomada de atividades presenciais nas escolas municipais, ademais com as condições prediais que toda a comunidade conhece.
Segundo o último Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), de 07 de julho de 2020, que aguarda a homologação do Ministério da Educação (MEC), as aulas remotas serão necessárias até 2021. Desta feita, o Sindicato dos Professores encampa a campanha para que as aulas presenciais só voltem em 2021 – um dos pontos do Protocolo de Segurança e de Saúde da categoria – como forma de preservar a vida de toda a comunidade escolar.
Por outro lado, as aulas remotas em Maracanaú continuam com alta evasão. Apesar do esforço hercúleo da categoria em dá o seu melhor para prender a atenção dos alunos, o problema é estrutural. A realidade da grande maioria dos usuários da rede pública municipal de ensino é de carência extrema.
A falta de equipamentos e do auxílio do Governo Federal que nunca chega tem mantido as crianças longe das aulas. Em muitos casos, os alunos contam com apenas um aparelho celular por família e este pertence ao membro provedor da casa – pai ou mãe –, e este passa o dia no trabalho ou na “lida/corre”, deixando o aluno à margem das aulas remotas.
“O Brasil não está preparado para aulas remotas. Até quando nossos governantes vão tentar esconder isso? A Educação de Maracanaú está em frangalhos assim como a economia do país, e enquanto não se pensar na estrutura deste sistema, não pensar no menos favorecido, continuaremos um país apartado como sociedade. Só alguns têm acesso à educação decente”, destaca Joana Ferreira, presidenta do Suprema.