O projeto “Qualifica Maracanaú” tem gerado revolta e descontentamento na população do município

Notícia | Vendido pela prefeitura como um processo positivo por oferecer qualificação profissional, tendo em vista que o trabalho é atrelado a um curso de aperfeiçoamento oferecido pelo CETREDE, por meio de bolsa no valor de 1200 reais para os trabalhadores, não passa de um contrato precarizado que não garante nenhum direito trabalhista.
 
Todos devem lembrar que em março deste ano, profissionais das atividades meios, como zeladores, merendeiras, vigias, porteiros, dentre outras, foram demitidos sob a alegação das escolas estarem fechadas. Para tanto, todos os trabalhadores foram indenizados e agora foi criado o projeto “Qualifica Maracanaú” para suprir as vagas disponíveis. Entretanto, o edital tem linguagem rebuscada, que prejudica o entendimento dos participantes, e assim provoca desistência quando se dá conta de quais são as atividades a serem desempenhadas.
 
Por isso, foi lançado na segunda (1º de novembro) nova Seleção Pública Simplificada que pretende suprir a demanda de vagas ofertadas que não foram preenchidas no primeiro processo seletivo, como também incluir secretarias e órgãos municipais não contemplados no primeiro edital. As inscrições vão até o dia 08/11.
 
A nova seleção recebeu muitas críticas da população e nenhum constrangimento do executivo municipal, que ao promover esta aberração, retira direitos de trabalhadores, implantando em Maracanaú um modelo de contratação similar a carteira verde-amarela de Bolsonaro, já derrotada no Senado por ferir completamente a legislação trabalhista ainda vigente no país, a CLT.
 
Denúncias chegaram até o Suprema, dando conta de que diretores e coordenadores tiveram que limpar as escolas na última semana, porque profissionais da limpeza ainda não haviam sido contratados.
 
Deste modo, o Suprema repudia mais essa ação indigna do prefeito de Maracanaú contra o serviço público municipal, sob a égide da Secretaria de Trabalho, Emprego e Empreendedorismo – SETEE, que promove, além da precarização do serviço público nas escolas, a falta de respeito com trabalhadores num país com mais de 14 milhões de desempregados, que se submetem a esta relação abjeta de trabalho para ter o que comer, tendo em vista que até o programa Bolsa Família foi extinto e substituído pelo Auxílio Brasil, mas que também já têm prazo de validade, dezembro de 2022, após a eleição presidencial.
 
O Suprema já entrou com uma ação no Ministério Público, pedindo a exclusão do Qualifica Maracanaú. O sindicato não tem interesse em atrasar o processo de retomada das aulas presenciais nas escolas municipais, mas não pode ficar omisso diante de tamanho desrespeito com a classe trabalhadora mais vulnerável de Maracanaú.