Greve da Educação de Maracanaú: uma lição de cidadania!

Seguindo o exemplo do modelo de gestão que tomou conta do País no último ano, o prefeito de Maracanaú Firmo Camurça continua desdenhando as reivindicações dos professores da rede municipal de Maracanaú, que já estão no seu quarto dia de greve. Apesar de todo o descaso do prefeito, a categoria segue resistente percorrendo todas as rotas em que se divide a rede de educação do município.

Neste seis de outubro, os professores, liderados pelo Sindicato unificado dos profissionais em educação de Maracanaú – Suprema, visitaram as escolas dos bairros Jatobá e Parque São João.  Estas localidades ficam na divisa de Maracanaú com Fortaleza, fato que prejudica bastante à assistência local, e apesar da população residente não ter nada a ver com a disputa de território, segue esquecida pelo poder público.

O grupo continua com o trabalho de levar informação à população sobre o que de fato acontece na educação de Maracanaú, que culminou na greve. Durante o caminhar, a sol a pino, os professores cruzaram ruas de terra solta, passaram por esgotos a céu abertos, além de muitos buracos nas ruas de terra batida, o que demonstra o total descaso do poder público com a localidade.

“Como a população local pode entender o que é uma greve, quando ela não tem sequer saneamento básico”, reitera o professor Neto Almeida

Para amenizar a tristeza com o que foi visto nos bairros, os professores das escolas José Holanda do Vale e Jatobá também aderiram ao movimento paredista, o que já garante cerca de 90% das escolas em greve.

A greve é legal

A imprensa da região metropolitana de Fortaleza noticiou que a greve foi declarada ilegal pela justiça, porém o advogado Joufre Montenegro, que responde pela assessoria jurídica do Suprema informa que o sindicato ainda não foi notificado da decisão e reforça que todos os requisitos da Lei de greve foram cumpridos.

“A greve foi deflagrada porque a categoria encontrava-ve em estado de greve desde abril deste ano. O edital foi publicado dentro do prazo e houve uma assembleia, inclusive em frente ao gabinete do prefeito, no dia 27 de setembro que deliberou pela paralisação”, ratifica o advogado.

Por outro lado, a única declaração do prefeito sobre a greve foi feita na página da prefeitura no facebook por vídeo, antes mesmo do início do piquete. No vídeo o prefeito afirma que não há como implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) do Magistério porque o município encontra-se no limite dos gastos com pessoal. Porém a categoria não se contenta mais com essa desculpa e afirma que não vai desistir, também por que há outros direitos sonegados, como as progressões que estão paralisadas, as licenças-prêmios que são negadas, a extinção da redução de carga horária por tempo de serviço. Enfim, é retirada de direito que não acaba mais.

A greve continua

A greve continua, e toda a comunidade maracanauense está convidada a participar da carreata que acontecerá na segunda-feira (09). A concentração acontece às 07h30, em frente a Secretaria de Educação de Maracanaú e segue até a prefeitura de Maracanaú.

Fotos: Marcos Adegas