Foram 46 dias de greve que deixaram uma lição: educação de qualidade é direito de todos, mas valorização profissional e trabalho decente também. Com diversas ações envolvendo toda a comunidade e ainda 18 dias de ocupação da Câmara de Vereadores, os professores negociaram suas reivindicações e agora podem voltar às salas de aulas com a certeza de que lutar muda a vida.
Neste 17 de novembro, Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município de Maracanaú (Suprema) conseguiu finalmente sentar à mesa com o prefeito Firmo Camurça para negociar uma proposta que poderia dar fim à greve. Os principais tópicos da pauta foram: o PCCR será implementado de forma progressiva a partir de março de 2018, iniciando com um impacto de 0,5% na folha de pagamento; restituição dos salários, vale-transporte e o auxílio-alimentação, que haviam sido cortados por conta da greve – ficou negociado que tudo seria devolvido até o dia 21 deste mês.
A Prefeitura também assumiu o compromisso de que não haverá nenhum processo administrativo contra os professores grevistas e que, conforme o crescimento econômico, o Plano de Carreiras, principal reivindicação do movimento, será aplicado gradativamente.Além disso, a multa de 470 mil contra o Sindicato foi dispensada.
A greve se encerra como movimento histórico em Maracanaú que, além de unir a categoria na luta por direitos, externou a preocupação com a qualidade educacional; serviu para que os professores refletissem sobre sua função sociopolítica na construção de uma consciência coletiva; para que gritassem por justiça, por respeito e compromisso social; para evidenciar que ainda existem pessoas despreparadas exercendo função pública; mas serviu, principalmente, para que, através dela, os professores dessem uma aula de cidadania e democracia à comunidade e pudessem chegar à vitória.
“A sensação é de dever cumprido. A felicidade não cabe dentro de cada um de nós que estivemos juntos nesta batalha, e que agora saímos vitoriosos. Esta greve deixa o ensinamento de que a luta muda a vida e que vale muito, muito mesmo lutar por direito, por aquilo em que se acredita. Eu só tenho a agradecer por esta conquista”, declara Joana Ferreira, presidenta do Suprema
O Suprema agradece a cada pessoa que apoiou o movimento grevista: aos pais, estudantes, artistas e demais cidadãos que estiveram juntos em defesa dos professores. A greve chega ao fim, mas a luta continua. Que todos permaneçam juntos por uma Educação de qualidade em Maracanaú.