A prisão de Lula em segunda instância, decretada ontem (05) à tarde, pouco ou nada tem a ver com justiça, mas sim com o impedimento do ex-presidente ganhar a eleição de 2018, conforme indicam todas as pesquisas. A constituição foi atropelada mais uma vez pelo golpe em andamento.
Vivemos no Brasil e no mundo uma polarização em função, inclusive, da manipulação de informação. É pelo afeto que somos manipulados, tanto politicamente como para o consumo de bens. Tudo envolve muita paixão, vide os comentários de maneira geral nas redes sociais.
Neste sentido, a prisão do ex-presidente Lula se caracteriza como um grande absurdo. Sua prisão está em curso porque o juiz Sérgio Moro aponta que existe um apartamento e um sítio que são seu, porém os imóveis não estão em seu nome. Ou seja, não há provas de que essa afirmação seja verdadeira.
Mesmo sem provas, houve duas condenações – em primeira e em segunda instância, e ainda a negação de habeas corpus a Lula.
Ainda assim, no Direito ainda existe algo chamado de Presunção da Inocência, o que significa que as sanções penais somente podem ser executadas após o trânsito em jugado da sentença condenatória. Em outras palavras, ninguém pode ser julgado culpado ou inocente, a menos que todas as chances de provar a inocência tenham-se esgotado.
Ora meus amigos, para o Direito é tudo muito simples e funciona assim: se temos um dispositivo que diz xis, para eu não cumprir xis, eu tenho que dizer que essa norma não vale. Não foi isso que vimos no voto de Rosa Weber. Ela disse que sua posição com relação à presunção de inocência, é positiva, mas, ao mesmo tempo, em relação ao habeas corpus ela se coloca contra, votando por colegialidade com seus pares. Alguém mais achou estranho?
O que podemos pensar neste caso?
A condenação de Lula é política. A condenação de Lula é pela continuidade do golpe que teve início ainda em seu governo com a prisão de Zé Dirceu, e que culminou no impeachment de Dilma Roussef. A condenação de Lula é uma verdadeira aula de sabedoria opressora aos que tenham a insolência de lutar para tornar a sociedade brasileira menos desigual.
A condenação não é do homem, mas de seu legado, de tudo o que ele representa para o Brasil, e agora, mais ainda para o mundo – será indicado ao Nobel da Paz, por suas ações em diminuir as desigualdades sociais. Seus algozes acham que desta maneira poderão destruir Lula, porém não se dão conta da multiplicação de milhares de Lula Brasil afora, porque sabe que tudo isso não passa de farsa descarada para entregar a soberania nacional, como forma de minar qualquer possibilidade de nova construção de um governo popular neste arremedo de país.
E como diz o ditado popular: ninguém lembra do juiz que prendeu Mandela. Por isso os milhões de lulas brasileiros estão se mobilizando e não se renderão tão facilmente, com fé em milhões de lulas que ainda vão nascer e crescer. “Podem até conseguir prender o homem, mas criarão um mito maior ainda e indestrutível, porque Lula somos todos nós, e seguiremos sendo, milhões de lulas, cada dia mais”