Para uma greve que já 43 dias, com 14 dias de ocupação da Câmara de Maracanaú, e que vem recebendo apoio até internacional, é preciso bem mais que uma falta de energia para que as atividades sejam canceladas. Na noite da terça, 14 de novembro, a ocupação da Câmara foi o palco do ato político Resistir e Lutar. Um ato contra a intransigência do prefeito Firmo Camurça, que continua massacrando covardemente os professores em greve, quando não abre espaço para o diálogo.
O evento, que contou com a participação de várias entidades sindicais do Ceará e de outros Estados, além de movimentos sociais e partidos políticos, também se configurou numa contraposição à reforma trabalhista, que acabou de entrar em vigor, contra a reforma da previdência, que ainda está por vir e pela revogação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos. Os convidados e os professores também debateram com muita preocupação sobre a agenda fascista que está tomando conta do mundo.
“Estamos vivendo tempo muito sóbrios em que as retiradas de direitos fazem parte dos ataques à classe trabalhadora. Ao mesmo tempo que nos deparamos com essas ditas reformas que estão vindo para a aniquilar com os trabalhadores brasileiros, vemos o mundo entrar num conflito ideológico sem precedentes. Ou nos unimos para barrar tudo isso ou daqui a bem pouco tempo estaremos vivenciando um novo holocausto”, aponta preocupada Joana Ferreira, presidenta do Suprema.
A resistência dos professores que se mantem nesta greve lendária é admirável. O movimento marcará a história do Sindicato Suprema, e principalmente a vida da população e dos professores e das professoras de Maracanaú, que vem aprendendo muito sobre lutar por direitos, nestes tempos de ataques à classe trabalhadora.
“O poder público de Maracanaú está decepcionando, do ponto de vista do tratamento que ele vem dando àqueles que deveriam ser tratados com o mais absoluto respeito. Mas me sinto extremamente feliz e recompensado em ver um movimento resistente e que continua na luta e mobilizado, que não se deixa abalar pelo tratamento de choque que está recebendo. Isso acontece quando se tem consciência do que se buscando, ainda mais quando é um acordo que foi assinalado e agora está sendo sonegado”, reitera Paulão Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT – CNM/CUT.
Os professores ainda perseveram na greve porque a esperança de uma negociação ainda é o sentimento que os move, apesar de todas as intimidações sofridas por parte do poder executivo. Até uma campanha de solidariedade para ajudar os professores que tiveram cortes nos salários e passam por dificuldades financeiras foi criada pelo Suprema. Você também pode ajudar doando alimentos na Escolas municipais, na sede do Suprema ou na própria ocupação da Câmara.