Suprema busca apoio da Comissão de Educação da Câmara de Maracanaú

Conforme agendado, porém antecipado, nesta sexta-feira (07 de fevereiro), Joana Ferreira, presidenta; Clayton Bezerra, secretário de assuntos jurídicos e direitos humanos; Andréa Cidália e Alcy Martins, do conselho fiscal do Sindicato Suprema reuniram-se na Câmara Municipal de Maracanaú para dialogar com a sua Comissão de Educação. O intuito do encontro era marcar a data para a Audiência Pública de lançamento oficial da Campanha Salarial 2020 do Magistério, já acatada pela casa.

No encontro foi narrado pela presidenta do sindicato todo o histórico de desvalorização da categoria no município, além de reforçar que o percentual de 12,84% estabelecido pelo MEC é um direito e deve ser cumprido, ainda mais quando esse valor é repassado regularmente com as verbas do FUNDEB.

Joana ainda mostrou que mais de 70 municípios do Ceará já concederam o percentual estipulado pelo Ministério. Portanto pediu sensibilidade dos membros da Comissão, porque a categoria já perdeu cerca de 32% de reajuste salarial, o que ocasiona achatamento salarial, só nos 08 anos de governo de Firmo Camurça. Ou seja, o investimento que os profissionais em Educação fazem em suas carreiras, visando avançarem no PCCR, não está sendo valorizado pelo poder executivo.

Outro ponto levantando no debate, pelo diretor Clayton Bezerra, foi o quadro físico das escolas. Entra ano e sai ano e a situação de calamidade se repete. “Os professores que estão na lida diariamente, precisam de um mínimo de conforto nos equipamentos para terem boa relação com os alunos e exercer bem a sua profissão”, disse o dirigente e professor do município.

A diretora Cidália levantou a bandeira dos professores em restrição de função, que já eram vistos como estorvo para o município e agora serão massacrados pela nova legislação que pretende conceder apenas 06 meses para resolver problemas tão complexos, que afetam a saúde dos trabalhadores.

Houve ainda um momento de choque, em que o professor Alcy mostrou aos vereadores que não é de hoje a falta de diálogo com a categoria, e que por isso estava pedindo mais empenho da Comissão no atendimento das reivindicações da categoria. “Vereador é para fiscalizar o poder executivo e não apenas aprovar tudo o que vem de cima”, dizia. Enquanto os vereadores Georgenes e Demir afirmavam que a Câmara sempre esteve com o canal de diálogo aberto para a categoria, Alcy rebatia citando exemplos, como o da mudança do Estatuto do Magistério, em que sequer Joana teve direito à fala no plenário.

E ainda interpelou os dois vereadores pela sanção da lei que muda as regras do SPAECE no município. “Os senhores sabem que aprovaram uma modalidade em que num contexto futuro, será quase impossível metas serem batidas, e o pior, levamos um golpe, porque só fomos informados da mudança após a realização das provas de 2019. Ninguém ficou sabendo de nada. A lei não passou pelo crivo da categoria. Nem a secretaria de educação notificou os gestores”, finalizou.

Por fim, os vereadores mostraram-se sensibilizados, sobretudo Júlio César com a falta de comunicação entre o poder legislativo e os servidores, e falou em criar um canal de informação para resolver o problema. Já Demir Peixoto afirmou “esta Comissão estará na reunião com o prefeito e o sindicato, sendo que antes iremos até o prefeito para conversar sobre a campanha salarial do Magistério. Compromisso firmado”, declarou.

Para Rafael Pessoa, é melhor que a Audiência Pública seja marcada para data posterior à reunião com o prefeito. “É preciso diálogo, mas antes da Audiência Pública”, disse.

Em suma, a Comissão levará as reivindicações da categoria ao prefeito, até lá o Suprema já tem reunião agendada também com o prefeito para o dia 14 de fevereiro, às 09h30. Se nada for resolvido na mesa de negociação, os vereadores marcarão data para a Audiência Pública.

O movimento não pode perder força, a categoria deve permanecer atenta e alerta durante o Estado de Greve. No dia 14 de fevereiro, às 15h, a categoria discutirá e deliberará sobre o próximo passo, caso a proposta do prefeito não atenda as reivindicações pleiteadas pelos professores.

“É de suma importância que todas as escolas mobilizem-se para participar deste momento ímpar para uma decisão tão essencial em nossa vida profissional”, conclama Joana Ferreira, presidenta do Suprema.