Pesquisa realizada pelo Suprema mostra sobrecarga do trabalho doméstico e profissinal das profissionais da EDUCAÇÃO na pandemia

Cansadas(os), sobrecarregadas(os)  e exaustas(os). É assim que s(os) profissionais em Educação de Maracanaú estão se sentindo tendo que dar conta do trabalho remoto e das atividades domésticas durante a pandemia. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Suprema com servidoras(es) em Educação de Maracanaú. 

Foram 151 respostas ao todo, entre professoras(es), coordenadoras(es), diretoras(es), secretárias(os) escolares, aposentadas(os) e apoio pedagógico. Destas, 111 mulheres, 39 homens e 01 por uma pessoa não-binária, além de 01 sem identificação, responderam ao questionário. 98% (149 pessoas) responderam que estão extremamente cansadas e que é difícil conciliar as duas atividades, sobretudo separar os horários de trabalho e de atividades domésticas, estando em casa. O que acarreta em uma rotina constante de trabalho. 

De acordo com a pesquisa, 52% das(os) servidoras(es) gastam, em média, de 09 a 12h diárias dedicadas(os) às aulas virtuais, extrapolando a sua carga horária devido ao compromisso com a educação municipal. As respostas mais comuns foram: “O dia todo, todo dia. Respondendo aos alunos, pais, planejamento e reuniões da escola”; “Na pandemia tenho trabalhando além das 08 horas aula, pois aguardo as atividades dos meus alunos além do horário permitido”; “Não dá pra separar direito. A hora que a família pode me enviar a atividade, se eu não estiver on-line, eles mandam e quando vejo dou um retorno”; “Qualquer hora e qualquer dia.  Não é possível mensurar, mas é bem mais que no presencial”.

Os dados são alarmante, e por isso 56% (85 pessoas) já sentiram a necessidade de procurar ajuda psicológica, pelos motivos mais diversos, mas todos giram em torno da sobrecarga de trabalho, ocasionada por cobranças desmedidas e pelas notícias da pandemia, como os números de óbitos, por exemplo. Porém, apenas 18% do grupo procuraram ajuda e estão em acompanhamento psicológico – 15 mulheres e 03 homens.

A pesquisa ainda revela que, apesar de 98% do grupo responder que se sente cansado, sobrecarregado ou exausto, as mulheres dedicam-se 30% a mais que os homens, quando o assunto é afazeres domésticos e cuidado com outras pessoas. 

91% das mulheres estão empenhadas nas atividades de “Preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar a louça, cuidar da limpeza ou manutenção das roupas e calçados, limpar ou arrumar o domicílio”, enquanto 61% dos homens. Em caso de outros moradores em casa, 54,9% das mulheres são responsáveis pelo cuidado com essas pessoas, enquanto apenas 3% dos homens assumem a mesma função. Esse número aumenta 4% para ambos, quando o cuidado se refere a crianças, ficando 58% para as mulheres e 7% para os homens, mas a diferença do trabalho entre os gêneros é gritante.

A única tarefa que os homens realizam mais que as mulheres é a de fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos – 2% homens e 0,99% mulheres, e mesmo assim, o percentual é abaixo da média devido à sobrecarga de trabalho durante a pandemia.