Os professores de Maracanaú aprovaram, em votação feita durante paralisação realizada na manhã de hoje (24), a contraproposta da prefeitura de reajuste de 10% dos salários (retroativo a janeiro e pago ainda na folha do final do mês); acréscimo de 50% no valor do auxílio alimentação, passando esse benefício de R$ 10,00 para R$ 15,00; e revogação do artigo de lei que impede a redução de carga horária para os professores admitidos após 2013.
Com isso, os docentes interrompem o estado de greve, deflagrado após a primeira proposta da prefeitura, que só oferecia o índice para evolução salarial de 10%. Pesou, desta vez, para a categoria, o avanço no vale alimentação e o fim de impeditivos para redução de carga-horária.
O ato de hoje paralisou as ruas ao redor da Secretaria de Educação. A contraposposta aprovada foi apresentada pelo Prefeito Firmo Camurça em reunião com o Suprema na tarde de ontem (23); encontro este só realizado após as mobilizações dos professores nos últimos dias.
Entretanto, a categoria deliberou também permanecer em mesa de negociação, para debater as demais pautas da campanha salarial, assim como o indicativo de pleitear ainda os 3,01% de reajuste adicionais, a fim de assegurar futuramente os 13,01%, que era a proposta inicial dos profissionais do magistério. A próxima reunião de negociação ficou marcada para o dia 26 de fevereiro.
Para Vilani Oliveira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) a categoria é soberana nas suas escolhas, mas, ainda assim, a professora criticou a ação da Prefeitura, que enviou prepostos às escolas para pressionar os professores a aceitarem as indicações do município. “Não aceitaremos as mini assembleias chamadas pela gestão nos locais de trabalho e nem a interferência no movimento”, disse.
A atividade contou com a participação ainda da presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Enedina Soares, que levou a mensagem de incentivo e apoio para a categoria: “Independente do que fosse encaminhado hoje, estaríamos aqui para fazer a luta junto com vocês, em prol dos direitos dos servidores municipais, como conclama a nossa campanha salarial unificada: ‘eu quero mais direitos’”, enfatizou.
Seguem pendentes, alvo de debate na negociação agendada, os seguintes pontos:
- Reconhecimento do certificado dos professores com Mestrados realizados no exterior;
- Concessão da Licença prêmio;
- Calendário de Pagamento para o último dia útil de cada mês;
- Combate ao assédio moral nas escolas por parte de alguns diretores, através de Lei especifica e criação de uma Comissão Paritária (governo e sindicato) para averiguar as denúncias;
- Material escolar nas escolas (Ano letivo iniciou sem material escolar);
- Contratação de monitores para auxiliar os professores da educação infantil;
- Redução do número de alunos nas salas com alunos especiais;
- Rever o planejamento dos professores P1 e P2;
- Eleição direta para diretor (a) de escolas;
- Concessão da redução de carga horária para professores readaptados;
- Incorporação de gratificação dos professores de educação especial, oriundo do CADEE;
- Liberação de até duas horas, a cada dois meses, para os professores participarem de atividades sindicais, quando necessário, sem reposição de carga horária;
- Construção de novas escolas;
- Planejamento integrado no calendário letivo.