Professores da educação básica de Maracanaú lotaram o auditório do Colégio 7 de setembro, da Pajuçara, na tarde desta sexta-feira (14 de fevereiro), para discutir a proposta de reajuste salarial apresentada, também na manhã de hoje, pelo prefeito Firmo Camurça, em reunião na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. No encontro, uma comissão formada por membros da diretoria do Sindicato Suprema e professores; Secretário de Educação, Marcelo Farias; vereadores da Comissão de Educação da Câmara Municipal; técnicos da Educação da prefeitura, além do prefeito Firmo Camurça.
Logo após a reunião, toda a categoria foi surpreendida com postagens na rede social instagram da Prefeitura de Maracanaú dando conta da concessão de 12,84% de reajuste salarial aos professores municipais de forma parcelada – 4,31% a partir de março e 8,53% a partir de setembro de 2020. As postagem davam a entender que um acordo havia sido firmado na reunião, fato que não ocorreu. “A diretoria ouviu, mas não aprovou nada”, rebate Joana Ferreira, presidenta da Suprema.
Às 15h, pontualmente, os professores chegaram à Assembleia Geral marcada que discutiria a proposta do prefeito e já indignados com a postagem da prefeitura, além de não entenderem a situação. A presidenta do Suprema, Joana Ferreira, abriu os trabalhos desmentindo as postagens da prefeitura, de que a diretoria do sindicato aceitou a proposta parcelada em duas vezes, que resultaria em 12,84%, sem retroativo.
Os ânimos da categoria aumentavam à medida que os professores se revezavam ao microfone. Falas inflamadas marcavam o tom da Assembleia. “Não dá pra aceitar tal proposta, as nossas perdas são imensas. Nós estudamos para progredir na carreira e não para ficar condicionado apenas ao reajuste salarial. Cadê o PCCR?”, dizia a professora Nivia Marques.
A assembleia seguiu com a votação. Proposta do prefeito recusada. Atividades do estado de greve aprovadas. “Nós, professores municipais, estamos indignados com as atitudes deste prefeito. Quem garante que ele vai cumprir esse reajuste parcelado? Já vimos isso antes, ainda está devendo o reajuste da campanha de 2019. Há muitos pontos de pauta a serem discutidos ainda. Não dá pra aceitar!”, reclamava a professora Helena Forte.
Vilani Oliveira, dirigente do Suprema, que conduzia a votação, relembrou o histórico de lutas da categoria, citando o exemplo de outros prefeitos, que fizeram movimentos e concessões para garantir o aumento da categoria. “Quem lembra que Roberto Pessoa congelou os salários dos comissionados por dois anos para poder conceder o nosso reajuste? Firmo Camurça nunca fez nada assim. Sempre se agarra a desculpas para se manter inerte diante das nossas reivindicações. Por isso tá conhecido como inimigo da Educação e dos professores”, destaca.
Por fim, ficou fechado dois dias de paralisação nas escolas, segunda (17) e terça (18), para pressionar o prefeito a melhorar sua proposta, abordando outros pontos da pauta da campanha salarial. “Na segunda feira, a partir das 08h, esperamos todos os professores, com a mesma disposição e empenho para lutar, em frente à SME”, convoca a presidenta do Suprema.