Mulher negra nascida em lar humilde no dia 06 de agosto de 1960, no município de Caucaia. Filha de pai caseiro e mãe lavadeira, teve uma infância muito difícil ao lado de seus 11 irmãos. Cedo conheceu a dor da injustiça e a desigualdade social, quando aos 13 anos, toda sua família foi expulsa do sítio onde moravam “de favor”. Sem recursos financeiros a família se abrigou na então favela da Vila União.
Seu pai, sem nenhuma instrução técnica, ingressou na construção civil, trabalhando de servente de pedreiro. Infelizmente neste período a dor de perder um ente visitou Vilani e sua família. Um grave e fatal acidente, tirou do convívio, seu pai, sendo ele vítima de um atropelamento na Avenida Bezerra de Menezes, quando regressava ao lar.
A professora Vilani tem a luta social nas veias e nunca foi uma mulher de desistir e sim de resistir, integrando-se ao Movimento Social da Associação de Moradores.
Formou-se em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará ( UECE) e fez Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia ( IFCE) .
Ao terminar em 1978 o ensino médio, o então conhecido segundo grau, foi ensinar como voluntária numa escola comunitária de sua comunidade. No ano de 1979, a professora integra-se aos movimentos sociais em plena ditadura. Período onde a favela onde morava sofreu uma ação de despejo, sendo a mais violenta na época.
Mais uma vez nasce em Vilani o espírito de luta e engajamento. Neste período a professora conhece Rosa da Fonseca e Maria Fontenele, duas importantes referências na luta. Vilani engajou-se em movimentos mais amplos, conhecendo o sentido da desigualdade social. No Movimento das Mulheres Cearense, realizou suas primeiras formações políticas, levando–a mais tarde a ser presidenta por muito tempo da Associação de Bairros e Favelas em Fortaleza.
Em 1992, Vilani presta concurso para professora da rede pública de ensino do município de Maracanaú, sendo aprovada. Milante por excelência, logo ao ingressar no município, disputa a presidência do Sindicato Unificado dos Profissionais de Educação de Maracanaú (Suprema), neste período controlado por pessoas ligadas à gestão municipal. Ela destacou-se a frente do Sindicato Suprema, tendo como reconhecimento o apoio e confiança da categoria, sendo convidada para integrar a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e posteriormente, convidada a disputar a presidência da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam – CUT), sendo eleita para o triênio 2014- 2016.
A professora Vilani Oliveira é presidenta da Confetam, representação máxima dos servidores municipais em nível nacional, reunindo 17 federações em sua composição. Ao todo são aproximadamente 1,4 milhão de trabalhadores reunidos em 842 sindicatos filiados na luta pelo trabalho e pelo serviço público, principal bandeira da Confetam – CUT.
A professora construiu um importante espaço de luta à frente do Sindicato Suprema, contribuindo no fortalecimento da democracia como mulher militante e deixando, junto com renomados diretores sindicais, um grande legado.
Vilani Oliveira foi homenageada na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará por meio de requerimento da deputada estadual Raquel Marques ( PT) , em uma sessão solene pelo dia do professor. Mulher, negra, professora, mãe, avó, militante e um grande exemplo inspirador para todos que acreditam na verdade, na justiça, na determinação e sobretudo na luta pela democracia.
Gratidão é a palavra de ordem para esta grande mulher guerreira!