Desafios de Ser Mãe Atípica: Roda de Conversa Reúne Profissionais em Educação de Maracanaú

Na noite desta quarta-feira (07 de maio), profissionais em educação, mães e especialistas se reuniram no Suprema para discutir os “Desafios de Ser Mães Atípicas para as profissionais em Educação”, durante uma roda de conversa marcada por relatos emocionantes, denúncias sobre a falta de estrutura escolar e o apelo por políticas públicas efetivas.

O encontro, mediado pela psicóloga Renata Albuquerque, do Lugar do Sentir, foi um espaço de escuta e de acolhimento para mães atípicas — mulheres que criam filhas(os) com deficiências ou que também se identificam como pessoas atípicas — e para educadoras que vivenciam os desafios da inclusão escolar diariamente. E ainda mães atípicas que também são professoras de crianças atípicas.

A roda teve início com o desabafo de professoras do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que compartilharam as dificuldades enfrentadas nas escolas, especialmente no que diz respeito à aceitação das crianças atípicas. De acordo com elas, a resistência inicial de parte da comunidade escolar muitas vezes compromete o processo de inclusão. “Quando há aceitação, a inclusão acontece de forma muito mais fluida e eficaz”, destacou uma das educadoras.

Um dos relatos mais marcantes, pontuou a necessidade urgente de uma aliança sólida entre escola, professoras e famílias. “A gente precisa caminhar juntas. A escola não pode cuidar sozinha, mas também não se pode fazer isso sem ela. É uma tríade que precisa se formar para que as crianças tenham uma chance real de alfabetização e desenvolvimento”.

A falta de infraestrutura também foi mencionada como um grande obstáculo. Segundo as participantes, muitas escolas não possuem espaços adequados para o desenvolvimento motor e sensorial das crianças, como piscinas ou áreas adequadas. Além disso, foram trazidos relatos de jovens atípicos que, mesmo com autonomia, estão fora do mercado de trabalho, enfrentando depressão e isolamento social, sem nenhum suporte de políticas públicas.

Como encaminhamento, foi proposta a realização de audiências públicas e encontros bimestrais, com o objetivo de criar uma rede de apoio permanente e ampliar o debate sobre inclusão, não apenas no ambiente escolar, mas também na sociedade em geral.

Estiveram presentes no encontro mães típicas, mães atípicas, professoras de crianças atípicas, mulheres que são mães e professoras atípicas ao mesmo tempo, além de psicopedagogas e outros profissionais que atuam na educação.

A roda de conversa deixou claro que inclusão não é apenas um direito legal, mas um compromisso coletivo — que começa com o olhar atento, a escuta empática e a ação consciente de todos que compõem a comunidade escolar.