Suprema cobra oficialização, por escrito, da SME para solicitação de demandas a professores

Após grande mobilização dos profissionais da educação de Maracanaú, liderados pelo Suprema, que resistiram à decisão da Prefeitura da cidade de gravar as atividades de ensino remoto dos educadores e educando, incluindo o feedback dos alunos sobre os encontros, a Secretaria da Educação decidiu receber a diretoria do Sindicato e um grupo de professores para debater o assunto em reunião.

O encontro aconteceu ontem, 24 de agosto, e contou com a presença de Joana Ferreira, presidente do Suprema, Vilani Oliveira, também diretora da entidade, e os professores Elza Sales e Neto Santos. A proposta era receber explicações sobre esta nova demanda criada pelo Executivo, questão esta que já havia sido formalmente solicitada pela organização laboral.

As representantes da Secretaria de Educação na conversa, Ivaneide Antunes, diretora de Educação e Luzivany Freire, Coordenador de Desenvolvimento Escolar, apresentaram explicações divergentes acerca do caso. Porém Freire deixou claro que não houve nenhuma solicitação de gravação da produção das aulas pelos professores, mas foi pedido aos coordenadores a gravação de um vídeo, com cerca de 15 minutos, de como estão lidando com as questões pedagógicas em tempos de pandemia, para fins de registro histórico, “para a posteridade”.

Diante disso, Vilani Oliveira reiterou o desejo da categoria em não ter seu trabalho divulgado para fins promocionais ou de propaganda pela prefeitura, enquanto ele é desvalorizado diariamente com a retirada de direitos dos professores municipais.

O sindicato ratificou o entendimento dos educadores de proibirem a divulgação de seus vídeos e exigiu posicionamentos mais claros da Secretaria acerca de toda e qualquer solicitação envolvendo os docentes. Deste modo ficou acordado que toda resolução nas reuniões com os gestores serão oficializadas por escritos pela SME, a fim de evitar polêmica ou má interpretação por parte dos professores.

Também foi cobrado posicionamento sobre o possível retorno das aulas presenciais para 2020. “O Governo do Estado já vem mostrando, erroneamente, na nossa opinião, o desejo em reabrir as escolas, e por isso o Suprema segue em campanha para aulas presenciais apenas mediante vacina para a covid-19. De qualquer modo, como Maracanaú retomará as atividades presenciais se não está promovendo reforma em nenhuma escola? A maioria das nossas escolas tem salas pequenas, sem ventilação. Com este cenário, a finalização do calendário escolar será de muitas mortes, e o Suprema não vai assinar atestado de obtido de ninguém”, declara Joana Ferreira, presidenta do Suprema.

Outro ponto importante da reunião foi a cobrança pelo retorno do auxílio-alimentação, cassado pelo Prefeito Firmo Camurça. E como resposta, novamente Ivaneide se colocou sem empatia com a categoria, alegando que os seus vales também foram retirados, como se os salários dos professores e dos cargos comissionados da prefeitura fossem compatíveis ou isso justificasse a arbitrariedade.

“Na reunião ficou bem clara a desorganização, o despreparo e a falta de autonomia da Secretaria da Educação em conduzir os processos educacionais de Maracanaú. As escolas continuam iguais como antes da pandemia, as famílias não estão recebendo auxílio do poder executivo, as aulas continuam com baixa adesão e o prefeito se nega a conversar com o Suprema para ouvir diretamente as queixas da categoria. Vamos responder todo este descaso à altura, com organização. Basta de desvalorização profissional”, enfatiza Vilani.