Suprema faz parte dos 100 mil nas ruas de Fortaleza em defesa do direito à educação

A mobilização serviu de esquenta para a greve geral da classe trabalhadora, puxada pelas Centrais Sindicais para o dia 14 de junho

“Um ato histórico”, assim definiu Joana Ferreira, presidenta do Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação de Maracanaú (Suprema), ao juntar-se à multidão que ocupou as ruas de Fortaleza, nesta quarta-feira (15 de maio), no Dia Nacional de Greve da Educação, para protestar contra o corte de verbas para o setor anunciado pelo ministro da educação Abraham Weintraub.

A pluralidade definiu o movimento, que reuniu professores, estudantes, profissionais liberais, trabalhadores, operários, agricultores, servidores públicos, movimentos sociais, centrais sindicais, sociedade civil e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Cerca de 100 mil manifestantes saíram em marcha da Praça da Bandeira, e seguiram pelas ruas do Centro em direção ao cruzamento da Avenida da Universidade com a Avenida 13 de Maio, em frente à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Benfica, que foi bastante afetada pelos cortes. No final do percurso os estudantes puxaram uma grande “vaia cearense” em repúdio ao congelamento de recursos.

Maracanaú na Marcha da Educação

Joana Ferreira conduzindo a ala dos professores de Maracanaú

O Suprema organizou a ida ao ato em Fortaleza, e pôs ônibus a disposição da categoria. Com carro de som e microfone aberto, o Sindicato mobilizou professores e estudantes para marchar em protesto o anúncio de cortes de verba para a Educação.

A participação na Greve Nacional da Educação foi bem significativa para os servidores de Maracanaú. Com histórico de paralisações homéricas do Magistério, porque vez por outra os professores municipais são vítimas de promessas não cumpridas pelo prefeito Firmo Camurça, o protesto teve duplo significado. Contra os ataques do Ministro da Educação e alerta para o poder executivo municipal.

É o povo de Maracanaú nas ruas contra o desmonte do Estado Brasileiro, anunciando a Greve Geral marcada para 14 de junho.

Cortes

Segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o congelamento de recursos do Ministério da Educação e Cultura (MEC) compromete R$ 2,1 bilhões nas universidades e R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais. Mesmo a educação básica, apontada como prioridade por Bolsonaro durante a campanha eleitoral, sofreu um corte de R$ 914 milhões.

No Ceará, as universidades Federal do Ceará (UFC), Federal do Cariri (UFCA), da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), tiveram corte de R$ 46,5 milhões, R$ 18,8 milhões, R$ 11,5 milhões e R$ 32 milhões, respectivamente. Um duro golpe no orçamento destas instituições.